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quando a sorte te abandonou,
usaste-me vezes sem conta,
sempre que a tua jogada ditou...
Eu que por ti andava louca,
deixei-me ir no teu jogo,
a reboque da tua vaidade,
que ardia dentro de ti como fogo...
Foste um Ás na sedução,
um maestro do baralho
quando te fechavas em copas,
deixavas o meu coração num frangalho...
Eu sempre quis um jogo limpo,
mas do bluff eras profissional,
e eu mesmo sabendo disso,
quis ir ao lace final...
Fui aprendendo contigo,
a arte de bem jogar,
tornei-me rainha de espadas,
e a ti quis desafiar...
Como a sorte vai e vem,
ninguém é dono dela,
preso na tua arrogância,
foste-te afogando nela...
Nunca na tua vida pensaste,
como é que a Rainha cortava um Ás,
mas com todas as cartas na mesa,
mostrei-te do que era capaz...
Espetei as minhas espadas,
bem no meio do teu coração,
hoje és carta fora do baralho,
naipe esquecido no chão...
*** Ártemis ***
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